O mandamento de não furtar é uma forma “negativa” de dizer: domine e cultive a terra. Em outras palavras, é o imperativo do trabalho, do emprego das coisas criadas para sustento próprio, da família, do próximo, do Estado (impostos justos) e de glorificação a Deus.
Falando em glória de Deus, quando o homem trabalha, ele reflete a imensa sabedoria, habilidade, conhecimento e destreza que vemos em Deus ao criar o mundo. O criador, o primeiro que nos dá o exemplo que devemos laborar, é o glorioso criador que trabalhou e descansou. O quarto mandamento mesmo é fundamentado no fato de Deus ter trabalhado e ao sétimo dia descansado.
Os homens têm lutado contra a glória de Deus por meio da quebra do oitavo mandamento. Uma clara decorrência da queda! A queda gerou preguiça, furto, desejo de vida sem dor, sem dificuldades, sem esforço, sem os perigos da exposição aos riscos de ter que sair todos os dias para trabalhar.
Um lindo princípio que envolve o trabalho é o da dignidade. Paulo mesmo disse que quem recebe salário depois de trabalhar não recebe por graça, mas por mérito. Quem trabalha é abençoado com os frutos de seu trabalho. E um deles é a dignidade.
O outro fruto é a liberdade. Quem não trabalha com suas próprias mãos, mas depende de outro ou do Estado, por exemplo, não pode dizer que está livre da determinação de quem o sustenta. Quem não pode ou é impedido de trabalhar, como meio providenciado por Deus para sua existência, logo não terá as duas coisas – nem liberdade e nem existência.
Um dos frutos que o trabalho inexoravelmente gera é o suprimento das necessidades. Quem não trabalha não come (2 Ts 3.10). Ensinamento bíblico inquestionável. E quem não come, morre. Ninguém escapa dessa “doença” chamada fome!
Então quando perguntarem: “fulano morreu de quê?” Se alguém disser: “Foi por quebra do oitavo mandamento” não se espante.