Os reis, reinos, poderes, potestades, governos, governantes, impérios e imperadores estão sob o domínio do Rei Jesus, fazem parte do seu plano de consumação e funcionam/alternam-se no seu Reino até que Ele retorne sobre as nuvens. Quer celestiais ou terrenas, todas as potestades e todos os poderes, bem como os servos, estão sujeitados pelo poder da vitória do Cordeiro. Como Paulo disse: “de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;” Ef 1.10.
Dito isso, a maior parte do que é falado/opinado sobre política entre os crentes não passa de equívocos, ilusão, ideologia, racionalismo ou, em alguns casos, até idolatria aberta e franca. Relutam ou ignoram ativamente o que declara as Escrituras: “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.” (Sl 146.3-4). A Bíblia é claríssima ao ensinar e demonstrar que TODA autoridade é posta por Deus. Ensina e demonstra que os impérios e imperadores são levantados e derrubados pelo Senhor. Passagem mais clara do que a de Daniel revelando a sucessão dos impérios mundiais, que é a interpretação do sonho do rei babilônico Nabucodonosor, é impossível (Dn 2.32-49).
Isaías se refere ao rei persa Ciro como ungido, escolhido e cingido para que todos saibam que o Senhor é o Senhor e que tudo acontece segundo a sua determinação (Is 45.1,4-6). Em suma, não há autoridade que não proceda de Deus (Rm 13.1). O que então os votos, predileções ideológicas ou engajamento com políticos e partidos revelam? Revelam ignorância ou rejeição ao ensino bíblico, em primeiro lugar. Ajudam também a desvendar o coração. Dá uma oportunidade de realinhar a crença a partir das Escrituras, no Espírito, para a submissão consciente ao Rei. Uma das maiores provas de que não importa quem ganhe esse ou aquele pleito eleitoral é que, seja sob tolerantes ou perseguidores do cristianismo, devem os cristãos obedecerem a ambos APENAS e TÃO SOMENTE EM Cristo. Quer seja na vida, quer seja na morte, o que importa é Jesus Cristo ser engrandecido no corpo (Fp 1.20). Pedro e os demais apóstolos disseram, mesmo sob a perseguição de governantes religiosos fervorosos (o Sinédrio) filhos de Abraão, obedientes seguidores da Lei de Moisés (sem o Espírito) e que tinham o dever de fazer calar apóstatas propagadores de falsas religiões em Israel (Dt 13.5; 17.1-7), que: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.” (At 5.29b).
E fica duas perguntas: primeira, por que participar de pleitos eleitorais “democráticos”? Porque o Rei, em sua providência, está governando o momento desse modo. Sábios reconhecem tempos e modos (Ec 8.5-6). Como participar de sufrágios? Claro que sob consciência cativa ao Rei dos reis e Senhor de senhores (2Co 10.4-5). O que preocupa é que nem mesmo os pastores atualmente conseguem sujeitar suas consciências e opiniões ao que está de maneira simples na Bíblia e confessado como ensino fiel nos padrões doutrinários reformados-históricos. Outros, por outro lado, não rejeitam de maneira clara, pois afirmam sutilmente que os tempos são outros — pastores zeitgarianos, isto é, dominados pelo espírito da época –– e portanto, se faz necessária uma redefinição e requalificação do ensino bíblico a partir de lentes secularistas que trazem mais confusão do que nitidez e contornos bem definidos. Nos casos em que o assunto política é evitado por impaciência ou ojeriza pelos cristãos (um dos temas preponderantes na Bíblia) ou é simplesmente reinterpretado e aplicado por autoridade estranha à doutrina bíblica (tipo catolicismo romano), oração, jejum e insistente repetitição-paciente do ensino da Sã Doutrina Reformada parece ser a resposta (modo) para o nosso tempo.
Imagem do topo: Mesa ao lado de Trono. Domínio Público. Unsplash.